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MAPA MUNDO INTERACTIVO

25 novembro 2006

EQUADOR - Avenida dos vulcões

ESPECIAL COLÔMBIA




A Colômbia, ou "Locombia", surpreendeu... muito pela positiva! Famosa pelos seus mitos, cocaína, guerrilhas, paramilitares, esmeraldas, e o misterioso El Dorado, a ilusão que moveu os espanhois selva a dentro à procura das inexistentes inimagináveis montanhas de ouro; a Colômbia é ainda a terra de Gabriel Garcia Marquez, Fernando Botero, e de um povo com uma simpatia e hospitabilidade fora do comum, equiparada aos brasileiros!
Mas a turbulenta história deste país, torna-o num dos mais temidos, e consequentemente, menos visitado, tanto pelo turista estrangeiro, como pelo local!
Os conflitos remontam já à época da independência, 1819, opondo centralistas a federalistas. Anos mais tarde, são formalizados dois partidos políticos: conservativos (com tendências centralistas) e liberais (com ligações federalistas). Os conflitos sucedem-se, até culminar na mais sangrenta guerra civil jamais vivida na Colômbia, a "La Violencia", em 1948, que deixou mais de 300.000 vítimas mortais. Mais tarde são criadas várias forças guerrilheiras, todas com ideais liberalistas que remontam à "La Violencia", sendo as mais significativas as FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia) , a ELN (Ejército de Liberación Nacional) e a M-19 (Movimiento 19 de Abril). Neste momento só as FARC e a ELN se encontram ainda no activo, com uma força de 18.000 e 5.000 homens, respectivamente. Tendo perdido o apoio de Moscovo e Havana, estes grupos guerrilheiros baseiam-se agora na extorção e rapto para financiar a sua luta! A cocaína é também um importante meio de financiamento para estes grupos, havendo áreas no país completamente sob seu controle!
Os carteis de droga iniciaram-se na década de 70, sendo os principais, o de Medellin, de Pablo Escobar, e mais recentemente, o de Cali, dos irmãos Rodriguez Orejuela. A Colômbia controla cerca de 80% do mercado mundial de cocaína, um negócio de 6 biliões de USD anuais!!
Após várias tentativas falhadas de controle das terras perdidas para as guerrilhas, foram criados exércitos particulares, denominados paramilitares, de direita, responsáveis por vários massacres a camponeses e comunidades indígenas suspeitas de apoiar as guerrilhas. Hoje em dia, estes exércitos, também já funcionam sob o lucrativo negócio da cocaína! Há dúvidas em relação a qual destes dois grupos será mais violento, guerrilhas, ou paramilitares!
Mas o que é certo é que durante a nossa estadia de cerca de um mês na
Colômbia, não sentimos qualquer tipo de insegurança derivado de qualquer destes dois grupos opostos, apesar de em Medellin termos experimentado um ataque com gás lacrimogéneo, e durante a nossa estadia em Bogotá ter rebentado um carro bomba perto de uma universidade local! De qualquer forma, a recordação que fica é a de um país com pessoas maravilhosas, e um sem número de fabulosos frutos tropicais, a maioria nunca tinha sequer ouvido falar: coruba, carambola, guanábara, zapote, granadilla, lulo, tomate de árvore, tamarindo, borojó, só para nomear alguns! Ao pequeno-almoço marchava sempre um "jugo" de um destes frutos exóticos!!!



02-11

Sem grandes complicações para atravessar a fronteira, chegamos a Otavalo! Aqui temos o nosso primeiro grande contacto com puros indígenas. Nesta pequena cidade andina encontramos um fabuloso e dos mais importantes mercados sul-americanos. Todos os Sábados descem a Otavalo centenas de indígenas que literalmente inundam as ruas e praças com as suas fabulosas peças de artesanato andinas. É a completa loucura! Chegamos ao final do dia exaustos! É pena que não possamos comprar muito...trazemos a casa às costas!!
A indumentária tradicional abunda pelas ruas e a mistura de raças também, indígenas e mestiços cooperam pelas ruas da cidade, anulando preconceitos ancestrais.
Aqui também se inicía uma fantástica paisagem, cheia de vulcões e lagoas! São visões que não cabem nos olhos, e que nos irão acompanhar durante grande parte da nossa viagem para sul.
Nas redondezas de Otavalo, subimos a uma aldeia indígena, Peguche, e vislumbramos a origem e manufação das várias tapecarias e peças de artesanato que ao Sábado descem à cidade. Fazemos ainda dois trekkings bem interessantes: um deles que percorre todo o perímetro da Laguna de Cuicocha, uma bela lagoa sediada na cratera de um vulcão extinto; o outro às Lagunas de Mojanda e ao pico do vulcão Fuya Fuya, com 4263 m! Daqui tivemos a sorte de ter alguns escassos minutos de tempo limpo, que nos permitiu deslumbrar uma fantástica vista de 360º sobre os vulcões nevados circundantes.

09-11

Chegamos a Quito. Com um centro histórico reconhecido pela UNESCO, obviamente que a arquitectura colonial está bem preservada e abunda! Ficamos hospedados na "Cidade Nova" ou "Gringolândia", como é designada! Aqui atropelam-se os cafés, restaurantes, bares, hoteis, cybercafés, e agências de viagem. Foi neste bairro que encontrámos a tasca portuguesa do sr. Carlos Guimarães, onde jantámos um belo coelho, entrecosto e camarões à boa moda tuga! Ficamos 5 dias em Quito. Visitamos o centro histórico e um dos ex-libris do Equador: a "mitad del mundo", o local onde está devidamente assinalada a linha do equador. Obviamente que este ponto especifico do planeta não tem qualquer importância, o que se passa é que a maior parte dos outros pontos do globo atravessados pela linha são, ou selva, ou mar, sendo que esta zona montanhosa do Equador se tornou o local perfeito para estudar e calcular a localização da linha. Estes cálculos foram efectuados em 1736, de onde se criou o sistema métrico, e se provou que o planeta não era perfeitamente esférico. Um grande monumento e afins infraestruturas turísticas foram erigidas aqui, para assinalar devidamente o local.
Foi perante todo este aparato que nos deparámos com uma grande e inesperada surpresa: a linha está mal marcada!!! Está cerca de 240 m para Oeste da verdadeira linha do equador!! Descobrimos isto só depois de termos pago a entrada do parque e tirado as fotos com um pé em cada hemisfério!! Dirigimo-nos então à verdadeira linha do equador, cuja veracidade é comprovada através de GPS.

13-11

Seguimos par Machachi, ponto de partida para caminhar até aos Ilinizas. A caminhada dura cerca de 4 horas, sempre no sentido ascendente, metade do caminho com neve. Chegamos ao refúgio, a cerca de 4650 m, comemos o nosso "boxlunch" e continuamos por mais meia-hora. Voltamos para baixo. Começam aqui a manifestar-se os efeitos de altitude: dor de cabeça, nauseas.

16-11

Entramos no Parque Nacional Cotopaxi. Tentamo-nos aclimatizar! Subimos ao refúgio Jose Rivas, de onde vamos tentar a ascenção ao vulcão Cotopaxi. Voltamos para baixo. No dia seguinte fazemos uma caminhada de cerca de 5 horas a 3800 m de altitude. Voltamos ao nosso "lodge", onde descansamos pela tarde.

18-11

Cerca das 14h dirigimo-nos ao refúgio Jose Rivas onde bebericamos um chá e mordiscamos umas bolachas. O refúgio está completamente rodeado de neve, tem caído forte nos últimos dias! Testamos o equipamento, praticamos quedas no glaciar, tiramos fotos do fantástico pôr-do-sol e vulcões circundantes. Jantamos e vamos para os beliches, cerca das 19h, para descansar. Às 00:00h levantamo-nos com a sensação de estarmos acordados há dois dias! O pequeno-almoço cai mal! Dor de cabeça, vómitos e voltas intestinais dominam as hostes! Cerca da 01:20h iniciamos a ascenção. Vamos encordados, o risco de queda em crevasses é um factor importante a ter em conta! Não está excessivamente frio, e a grande quantidade de neve recente, dificulta muito a subida. Os crampons e piolet não servem os seus propósitos na totalidade! É uma longa ascenção, dos 4800 m do refúgio, aos 5897 m do cume! Às 05:30 estamos a uma altitude de cerca de 5300 m! Os sintomas de falta de aclimatização são intensos, o sol nasce, faltam 597 m para o cume, a neve é péssima, a pendente é de cerca de 60º! São mais quatro horas para cima, pequenas bolas de neve rolam pela encosta iluminada pelos primeiros raios de sol! Do excelente curso de iniciação ao alpinismo, promovido pela ADA Desnivel, em que participei (cujos formadores foram João Garcia, Rui Rosado e Bruno Carvalho, que recentemente ascenderam ao Shisha Pangma, 8013 m, com um fim trágico para o Bruno), aprendi que os males de altitude são um factor a ter muito em conta, e a neve, nas condições em que estava, com o sol a bater forte, e numa pendente grande, é o ingrediente que falta para uma avalanche! Decidimos descender! A montanha é quem manda!
Este magnífico vulcão, ainda activo, é exactamente a imagem que temos desde pequenos! Uma figura perfeitamente cónica!
Dormimos o resto do dia!


20-11

Seguimos para Latacunga, onde visitamos a famosa Lagoa Quilotoa, encaixada 400 m na cratera de um vulcão.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá pessoal.

Bem!! estou a ver que fizeram um estudo bem intensivo sobre a situação da Colômbia. Isto tudo depois de logo nos primeiros dias ai têrem visitado uma fábrica de transformação de coca e terem estudado todo o processo. Vocês vejam lá, não se deixem seduzir por as maravilhas dessa terra e pelo dinheirinho fácil. eheheh.

As montanhas, uma das partes desta viagem que talvez seja a que mais me custa não estar ai. Ver a reacção do nosso corpo acima dos 4000m de altitude, ver o que os " males" da altitude pode fazer ao nosso corpo. Tenho pena que não tenham chegado lá a cima, mas de facto há um nível de risco que não se deve ultrapassar.
Ainda ontem à noite (domingo) deu uma reportagem da expedição ao Shisha Pangma, era uma reportagem estava a ser preparada por a sic que acompanhava a expedição, um comentário a uma expedição que nunca se pensou vir a ser exibido como uma homenagem à memoria de Bruno Carvalho. De facto mostra quanto impiedosa é a montanha para com aqueles que a tentam conquistar.

Mas as imagens, de toda aquela imensidão branca com as lagoas de àgua límpida perdidas pelas suas encostas, e depois a possibilidade de ver a paisagem até onde a vista alcançam 360º à nossa volta.

Espero que já estejam bem melhor todas aquelas dores de cabeças e vómitos e com forças para continuarem a mostrarem algumas das maravilhas que vão descobrindo por ai. E juisinho, que nós queremos vos cá inteirinhos e de boa saúde para irem fazendo os comentários às milhentas fotos desta viagem. ;)

Beijinhos e abraços,

Esteves

27 novembro, 2006 11:09  
Anonymous Anónimo said...

Faço minhas as palavras do Esteves. Ontem também vi o documentário, e meninos nada de aventuras desmesuradas ouviram?
Espero que estejam todos bem.
Um grande beijinho para vcs.

27 novembro, 2006 14:52  
Anonymous Anónimo said...

Olá a todos, imaginem que tenho escrito tantos comentários mas não cinsigo publicá-los não imagino onde teriam ido parar...
Beijinhos para todos

27 novembro, 2006 20:59  
Anonymous Anónimo said...

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