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MAPA MUNDO INTERACTIVO

12 junho 2007

Últimos dias

CHEGAMOS A LISBOA NO SÁBADO, 16 DE JUNHO, ÀS 19:30H, VOO VUELING DESDE MADRID!


06-06



Vamos até Chiclayo, na costa norte do Peru! Visitamos o que foi um cemitério da cultura Moche, em Sipán. Andamos pela cidade e seus mercados enormes onde tudo se vende a qualquer preço!


09-06




Seguimos para Lima, onde vamos passar os últimos dias desta viagem!



Lima é uma capital de sete milhões de habitantes com um grande centro histórico e bairros modernos, com todas as cadeias internacionais de lojas e restaurantes que já conhecemos.


Passamos estes últimos dias num hotel jeitoso, bem no meio de toda a acção moderna!





Vamos a "shoppings", cinemas e restaurantes caros, enfim, fazemos vida de cidade...


Dia 14 de manhã, espera-nos o voo da Aircomet, que nos leva até Madrid.


E é assim...



Uma casa dentro de uma mochila de 70 litros, alguns hoteis ranhosos, outros desenhados para o "backpacker" com condições práticas e úteis, a mesma roupa todos os dias (às vezes mudavamos de cuecas e meias), várias centenas de horas dentro de autocarros a percorrer largos milhares de km`s, infindáveis amigos, 10 fronteiras políticas e ainda mais fronteiras culturais e naturais, pessoas boas, pessoas más, sítios agradáveis, outros desgradáveis, muito frio, muito calor...




...foram quase 11 meses de uma aventura sonhada e concretizada, muito enriquecedora, que nunca mais na nossa vida vamos esquecer!!




Façam o mesmo!!!!







Até breve!

04 junho 2007

Cordilheiras tropicais

É VERDADE, VAMOS MESMO VOLTAR A CASA!!! NO DIA 15 DE JUNHO VAMOS DE LIMA PARA MADRID, E NO SÁBADO, 16 DE JUNHO, APANHAMOS UM VOO MADRID-LISBOA, PELA VUELING. HORA PREVISTA DE CHEGADA A LISBOA: 19:30H!!!!

20-05
Contratamos um guia e um "arrieiro" (um homem que tem e conduz burros pela montanha), e vamos caminhar quatro dias pela Cordilheira Branca. Connosco vai um casal de holandeses e outro de eslovenos que conhecemos nas dunas de Huacachina, e um casal de franceses que conhecemos na ilha de Amantani, no lago Titicaca.


Ficamos logo maravilhados com a viagem de carro que fazemos até Vaqueria, o pequeno aglomerado de casas a partir do qual iniciamos a caminhada. As paisagens dos picos nevados são deveras impressionantes!




Neste primeiro dia caminhamos cinco horas por um vale verdejante, passando pequenas casas de pastores, cujos filhos pequenos nos dizem "hola" e nos pedem caramelos! Passamos o final de tarde a jogar às cartas no acampamento, jantamos antes que anoiteça, e recolhemos às tendas assim que o frio aperta. No dia seguinte acordamos bem cedo e tomamos um pequeno-almoço forte: espera-nos um dia duro, com 1000m de desnível de subida. Joep, o holandês, passou a noite mal da barriga e a vomitar, não se sente em condições de continuar e volta de mula até Vaqueria. Vamos então os seis rumo a uma extenuante subida de quatro horas que nos leva até ao passo Punta Union, a 4750m de altitude. Ficamos cerca de uma hora a usufruir de uma paisagem de 360º sobre os picos nevados, glaciares e lagoas desta cordilheira. A Cordilheira Branca é a cadeia montanhosa tropical mais alta do mundo, e a segunda mais alta depois dos Himalaias. Aqui encontra-se a montanha Huascarán, a mais alta do Peru e segunda mais alta do continente americano, com 6768 m.s.n.m., e a que já foi considerada a montanha mais bonita do mundo, o Alpamayo, com 5947 m.s.n.m..


Caminhamos a partir daqui através do vale de Santa Cruz durante mais dois dias, até chegar à aldeia Cashapampa, de onde voltamos a Huaraz.



24-05
Visitamos as ruínas do que foi um centro cerimonial da cultura Chavin. Esta cultura existiu entre os anos 1000 e 300 A.C., pré-datando os incas em dois milénios, e dominou a parte norte do que é hoje o Peru. À semelhança de outras culturas pré-colombinas, a Chavin idolatrava o Sol e a "Pachamama", a Mãe Natureza, fazendo o condor, o jaguar e a serpente, a ligação ao céu, terra e mortos, respectivamente.
No dia seguinte vamos conhecer a Puya Raimondii, a maior planta da família do ananás. Com uma base que chega aos 2 m de diâmetro e um caule que pode chegar aos 12m de altura, esta planta que demora cerca de 100 anos a atingir o seu tamanho máximo, floresce aproximadamente 20.000 flores de uma só vez. Vamos ainda a uma caverna de gelo, no pico Pastoruri.
26-05
Preparamos a nossa próxima caminhada de seis dias pela majestosa Cordilheira Huayhuash.

27-05
Começamos este Domingo bem cedo, às 04:30h. Pelas ruas de Huaraz, ainda há cenas de pancadaria entre jovens peruanos, típicas de um normal Sábado à noite. O nosso guia vem ter connosco, ainda bebido, e seguimos para uma viagem de autocarro de sete horas que nos leva até ao início da nossa caminhada pela Cordilheira Huayhuash. Pelo caminho continua-se a beber umas cervejitas! Em Llamac, conhecemos o nosso arrieiro, e seguimos para uma subida de duas horas que nos leva a um passo de 4300m de onde contemplamos vários picos nevados. Foi por isto que viemos cá! Descemos e continuamos três horas por um caminho relativamente plano até um pequeno aglomerado de três casas, onde chegamos debaixo de chuva e frio, já quase de noite. Somos acolhidos pelo calor da chama da lareira em casa de uma simpática senhora, enquanto esperamos que o guia e o arrieiro cheguem. O guia, estava com os copos, comeu uma pêra abacate e uma coca-cola e diz que ficou com diarreia e vómitos por causa disso: foi só o início! O arrieiro, não conseguia controlar os dois burros que tinha e estava continuamente a deixar cair a carga: foi só o início!



No dia seguinte, acordamos com a tenda cheia de gelo por fora. Vestimo-nos encolhidos, tomamos o pequeno-almoço, arrumamos tudo e seguimos para três horas de subida até ao passo Punta Rondoy, a 4750m de altitude. Mais 50 Mb de fotografias, a observar as constantes avalanches e ruídos ensurdecedores do gelo a quebrar, e descemos até Matacancha, onde acampamos. O dia seguinte tem dois passos importantes acima dos 4600m de altitude. São oito horas de dura caminhada que culminamos junto a uma fantástica lagoa guardada por imponentes picos nevados e glaciares. Aqui, o nosso arrieiro, que se chamava Ever, como ele gostava de repetir não fossemos nós esquecer, deixou um dos burros seguir pelo caminho errado e entrar dentro do rio. Ficámos com a tenda e os sacos-cama todos molhados, e tivemos de dormir com as mantas que cobrem os burros nas próximas noites, menos mal! O guia, está cada vez pior de saúde, e não consegue continuar. Vai voltar por um caminho alternativo que o leva até uma aldeia de onde consegue um transporte para voltar a Huaraz. Como alternativa, surgiu um arrieiro experiente, que faz a vez dos dois pategos com quem estivemos estes três dias, o Rubin. Seguimos com ele por mais três dias duros, mas que valem cada minuto pelas paisagens.
Ao longo do percurso há pequenas "portagens", exploradas pelas comunidades de agricultores e pastores da região, que supostamente cobrem dois aspectos: a conservação dos caminhos e zonas de acampamento, e a nossa segurança! Isto porque há três anos atrás houve uma vaga de assaltos a caminhantes, sendo que um deles terminou na morte de quatro turistas. Ao pagar, garantimos a nossa segurança. Não sei bem de quem somos protegidos, quiçá dos mesmos a quem pagamos! De qualquer forma, continua muito por fazer em relação à manutenção dos caminhos e locais de acampamento.
Esta foi provavelmente a caminhada mais dura que fizemos, mas também a que mais valeu o esforço. Esta cordilheira está entre as mais majestosas do mundo, e continua sendo pouco conhecida internacionalmente.
02-06

Chegamos a Trujillo, uma cidade costeira bem preservada a nível de arquitectura colonial. Além disso, está rodeada de sítios arqueológicos de enorme valor. Visitamos os templos do Sol e da Lua, da cultura Moche, que dominou a costa Norte do que hoje é Peru entre 200 A.C. e 850 D.C.. À tarde visitamos Chan Chan, a gigantesca cidade de adobe que albergou 35.000 habitantes da cultura Chimu, descendentes dos Moche, que prosperaram entre 850 D.C. e 1470 D.C., ano em que foram conquistados pelos Incas.

17 maio 2007

Meseta dos Andes

17-04

La Paz não é a capital da Bolívia, mas é aqui que estão sediados os poderes legislativo e executivo do país. Inserida num vale a 3660m de altitude, a cidade é uma gigantesca feira, onde tudo se vende pelas ruas inclinadas. Andar às compras é um verdadeiro desporto de alta competição, mas vale a pena, tudo é incrivelmente barato! Compramos um casaco de cabedal feito à medida por uns míseros euros!
Vista de cima a cidade é um caos total, vista de baixo também, mas as montanhas nevadas que a circundam fazem o cenário global interessante e pitoresco! Visitamos alguns museus, entre eles o da coca, que nos deixa bem claro que as folhas de coca não são cocaína. Pelas ruas somos constantemente relembrados que temos as botas sujas, os engraxadores de cara escondida por uma máscara de ski abundam por La Paz.
Descemos em bicicleta a estrada que liga La Paz a Coroico. Esta é oficialmente a estrada mais perigosa do mundo, e o galardão é bem merecido, dado o número de acidentes mortais que ocorreram aqui. Largura de faixa só suficiente para um veículo, abismos de 1000m, instabilidade de taludes e quedas de água sobre a estrada predominam! São três horas para descer cerca de 60 km de pura adrenalina e belas paisagens, até chegar à tropical Coroico, onde almoçamos e mergulhamos na piscina de um hotel.
Mais um dia em La Paz e iniciamos o Choro Trek, um caminho inca de três dias que começa aos 4860m de altitude e termina a 1400m, na localidade de Chairo. Começamos com o tempo seco e frio e à medida que descemos, a vegetação começa a aparecer aos poucos e a temperatura e humidade a subir. Dormimos como convidados em pequenos aglomerados de populações indígenas, que ainda hoje utilizam este caminho empedrado, antigamente usado pelo império inca para transporte de produtos agrícolas entre os vales tropicais e as terras altas.
Visitamos ainda as ruínas de um centro cerimonial da cultura pré-inca Tiwanaku, cujo império abrangeu o que é hoje a Bolívia e parte do Peru, e se centralizou nas margens do lago Titicaca por volta do séc. VII até ao séc. XII.

27-04

Chegamos a Copacabana, nas margens do lago Titicaca. Este mítico lago, que os incas acreditavam ter sido o berço de toda a sua civilização, está situado a 3800m de altitude e tem, grosso modo, 230 km de comprimento por 97 km de largura. Ficamos dois dias aqui e seguimos para Arequipa, no Peru. A Tânia está com uma gripe forte, e o nariz entupido a uma altitude de 3800m faz uma pequena dor de cabeça tornar-se insuportável.

29-04

Arequipa está a uma altitude consideravelmente mais baixa, a 2325m. Ficamos quatro dias em recuperação, após os quais usufruímos um pouco da cidade e da sua envolvente: três picos nevados, entre eles o cónico vulcão "El Misti", com 5822m.
Um dos maiores atractivos da cidade é a proximidade do canyon de Colca, o segundo canyon mais fundo do mundo, com 3191m, só ultrapassado pelo próximo mas pouco acessível canyon de Cotahuasi, 163m mais fundo. Visitamos Colca e observamos durante a manhã o sobrevoo de condores mesmo sobre as nossas cabeças.

06-05

Voltamos ao lago Titicaca, desta vez na margem peruana, na cidade de Puno. Daqui visitamos as ruínas de Sillustani, tumbas em forma de torres cilíndricas onde a cultura pré-inca e mais tarde dominada pelos incas "Colla", enterrava os seus mortos de classe alta! A maior destas torres tem 12m de altura.
Conhecemos algo bem original e único: as ilhas flutuantes Los Uros. São, como o nome indica, ilhas que flutuam graças a uma grossa camada de raízes e terra, e várias camadas de uma espécie de planta que abunda por aqui, a totora. Estas ilhas são depois ancoradas e são de tal forma robustas e resistentes que nelas são construídas casas, escolas e até pequenos hospitais. Também os pequenos barcos são construídos com esta planta que se pode inclusivamente comer! Visitamos ainda as ilhas de Amantani e Taquile, com culturas autênticas e relativamente preservadas. Pernoitamos na ilha de Amantani, em casa de locais que à noite nos emprestam as suas roupas típicas e nos levam a uma pequena festa onde dançamos até cair! Não é preciso muito para cair, quando se dança a 3800m de altitude...
Vamos em direcção a Cusco, capital do império Inca!

09-05

Cusco é uma cidade com uma arquitectura colonial bem preservada. Grande parte das grandes construções espanholas foram feitas sobre fundações incas, o único que sobrou destas grandes obras após destruidores sismos. As infra-estruturas turísticas comportam as centenas de "gringos" que aqui chegam diariamente. Hotéis, restaurantes, bares, agências, todos competem pelas ruas para abarcar o maior número de clientes. É enorme o assédio quando se caminha pelo centro da cidade, até pensámos em estampar uma t-shirt a dizer: "NO GRACIAS!"
Cusco e os seus arredores têm uma enorme quantidade de ruínas do que foi o grande império Inca, que teve o seu auge desde a segunda metade do séc. XV até ao ano 1533. Visitamos as ruínas de Sacsayhuamán (sexy woman!), Qenko, Puca Pucara, Tambo Machay, Pisac, Ollantaytambo, Moray, Maras e Chinchero. Mas o mais impressionante é sem dúvida Machupicchu. Apanhamos um comboio em direcção a Aguas Calientes, mesmo sobre a cidade perdida dos incas, nunca descoberta pelos espanhóis. Aqui dormimos para madrugar no dia seguinte. Chegamos às 6 da manhã a Machupicchu, no meio de um imenso nevoeiro. À medida que a nossa guia nos vai explicando cada uma das ruínas, e vamos entrando pela cidade, pequenas abertas deixam-nos ter uma ideia de todo o complexo. Estávamos tão entusiasmados à procura de uma aberta no nevoeiro, que em certo momento não prestámos a devida atenção à guia, que ía fazendo perguntas aos menos atentos, tal e qual como na escola! Quem não soubesse responder tinha de cantar o hino do seu país em voz alta! Todo o grupo ouviu o hino português!
Pelas 10h o tempo finalmente abriu. É impressionante! Por muitas ruínas que já tenhamos visto, e por muito comercial que achemos todo o tema Machupicchu, a visão à nossa frente é de facto impressionante. Não só pelas ruínas da cidade em si, mas também pelo local em que está inserida, rodeada de grandes morros verdes e abismos enormes. Subimos ao waynapicchu, um desses morros à volta da cidade! Passamos 11 horas a desfrutar de todo o local e voltamos a Cusco no dia seguinte.

15-05

Chegamos a Nasca pela manhã. A cidade não tem nada de especial para oferecer, mas os seus arredores possuem algo único no mundo: as linhas de Nasca. A cultura Nasca existiu muito antes dos incas, e por razões que ainda hoje são um mistério, desenharam enormes figuras pelo deserto que domina esta zona do Peru. As figuras só são perceptíveis a partir do céu, daí que sobrevoamos toda a área numa avioneta. O voo dura cerca de 30 min, e é impróprio para estômagos sensíveis. Ainda bem que não tínhamos tomado o pequeno-almoço!

16-05

Chegamos a Huacachina, a 4 km da cidade de Ica. Huacachina é um pequeno oásis no meio de enormes dunas, por onde damos alucinantes voltas de buggy e fazemos sand board. Aproveitamos ainda a piscina do hotel e à noite comemos um belo barbecue bem regado!

18-05

Partimos em direcção a Huaraz e às cordilheiras Branca e Huayhuash.

18 abril 2007

Pântanos e Altiplanos

22-03

Em Campo Grande encontramo-nos com a Silvia e o Nuno. Combinamos todos no aeroporto, alugamos um carro, e dirigimo-nos a Bonito onde vamos passar o fim-de-semana. Partimos às 00:30h, para uma viagem de cerca de 4 horas e meia. O trajecto foi bem animado! Inclusive cantámos clássicos da música portuguesa, como o Marco Paulo, acompanhando o pc pocket do Nuno: Sempre que brilhaaa o solllll... naquelaa praiaaaa! BUMM! "F*******!!! Já f******** o carro todo!! Apanhámos um buraco na estrada e empenámos a jante, o pneu esvaziou todo! Às 4 da manhã, no meio do nada, rodeados de ruídos de bichos que não conhecemos, lá metemos o sobresselente. Chegamos ao hostal às 6 da manhã, tomamos o pequeno-almoço e arranjamos o pneu. Descansamos um pouco em redes e vamos para as cristalinas águas do rio sucuri. Cerca de uma hora fazendo snorkeling pelo rio mais transparente que já vimos. A natureza calcária de toda a região, torna estas águas impressionantemente limpas, de tal modo que mais parece que estamos a flutuar sobre o ar. Ao jantar comemos carne de jacaré e capivara. O dia seguinte é preenchido entre visitar a gruta da lagoa azul, fazer um rapel de mais de 80m até um lago subterrâneo com várias formações subaquáticas, e conhecer o balneário municipal. À noite voltamos a Campo Grande e despedimo-nos do Nuno, que apanha um voo de volta a S. Paulo.

25-03

Entramos num autocarro que nos leva até às entranhas do Pantanal. Este é provavelmente o melhor local da América do Sul para avistar vida selvagem, pois ao contrário da Amazónia, é um gigantesco pântano com virtualmente nenhuma floresta cerrada. Fazemos caminhadas com água pelos joelhos, remamos por zonas que são casa das anacondas e jacarés, passeamos a cavalo. Avistamos jacarés, capivaras, queixadas, tatus, coatis, inúmeras aves, entre as quais coloridos tucanos e araras.
O facto de a nossa língua mãe ser o português, permite-nos aproximar muito mais da população local, e fruto disto somos convidados para um churrasco num cafezinho local. Bebemos muita caipirinha e comemos porco selvagem acabado de caçar. Na mesma noite, pescamos piranhas, capazes de comer um dedo de um de nós! Quando pegamos nelas, apercebemo-nos bem dos seus dentes afiados!
Passados 3 dias no meio do pântano, voltamos à estrada e esperamos os autocarros que nos vão levar a dois destinos diferentes: eu e a Tânia seguimos para Corumbá, na fronteira com a Bolívia, e a Silvia volta para Campo Grande, onde vai apanhar um voo para S. Paulo e dias depois regressar a Portugal. Foi um momento emotivo. Partilhámos durante mais de oito meses uma viagem única, uma experiência inigualável! Entre abraços fortes e olhos a brilhar, deixamos a nossa amiga entrar no autocarro e partir em direcção à realidade...

31-03

Sair do Brasil por Corumbá, a um Sábado de manhã é complicado! O gabinete da polícia de imigração está fechado e não conseguimos carimbar o passaporte! Deixamos uma fotocópia dos nossos documentos e o cartão de turista na esquadra de polícia local, ficando o agente de serviço de nos fazer o favor de os entregar no gabinete de imigração, para registo informático da nossa saída. Cruzamos a fronteira para a Bolívia e aguardamos o comboio, com horário de partida previsto para as 12h. Saímos com seis horas de atraso em direcção a S. José de Chiquitos, onde chegamos às 7 da manhã.
S. José de Chiquitos é uma pequena vila que foi fundada pelos jesuítas, durante as suas missões do séc. XVIII. É uma viagem no tempo, especialmente no dia de hoje, Domingo de ramos, em que as ruas se enchem para a procissão em que todos os habitantes participam.
Apanhamos um autocarro nocturno em direcção a Sucre.

02-04

Ficamos às portas de Sucre! Há um bloqueio em todas as estradas de acesso à cidade. Pegamos na mochila, passamos o bloqueio a pé e apanhamos um táxi para o hotel.
Sucre tem um centro histórico que é património da UNESCO, estando bem conservado. É a cidade branca, sede do poder judicial e também a capital da Bolívia, apesar de no momento todo o poder executivo e legislativo estar sediado em La Paz.

05-04

Chegamos a Potosi, situada a 4090 m de altitude, em pleno altiplano boliviano, sendo a segunda cidade mais alta do mundo. Fundada em 1545, após a descoberta do cerro rico, uma montanha de prata, a cidade teve uma explosão demográfica. No final do séc. XVIII, a população da cidade atingiu os 200.000 habitantes, tornando-se a metrópole mais rica da América Latina e uma das mais ricas do mundo. Daqui foi extraída tanta prata para a coroa espanhola, que diz-se que poderia ter sido construída uma ponte de prata entre a América e a Europa, e ainda carregar prata por cima dela!
Visitamos as minas, ainda activas. Dão-nos o equipamento necessário, e entramos pelos labirínticos túneis do Cerro Rico. Aqui, os minerais são extraídos como se estivéssemos ainda no séc. XVII. Tudo é feito de forma manual em condições extremamente desumanas. A esperança média de vida destes trabalhadores é de 10 anos, depois disto aparecem as doenças de pulmões. Compramos folhas de coca e oferecemos aos simpáticos mineiros, alguns deles crianças de 15 anos agradadas por dar dois dedos de conversa. Mastigar as folhas é algo que lhes dá alento para suportar um dia inteiro de trabalho duro, e uma tradição por toda a Bolívia.
Seguimos para Uyuni.

08-04

Iniciamos um tour de 3 dias pelo Salar de Uyuni e sul da Bolívia. Paramos primeiro numa pequena aldeia onde o sal é extraído, tratado, embalado e vendido a 0,80 euros / 50 kg!! Seguimos e pouco tempo depois tudo à nossa volta é branco.
O Salar de Uyuni, com uma superfície de cerca de 12000 km2, é o maior do mundo. As chuvas que atingiram a zona recentemente, deixaram uma fina camada de água que funciona como um espelho perfeito. Não dá para ver onde acaba a terra e começa o céu, é impressionante. Almoçamos na ilha dos pescadores, um monte rochoso cheio de cactos, no meio da imensidão branca. Dormimos numa pequena aldeia, e no dia seguinte continuamos o passeio por entre lagoas habitadas por centenas de flamingos, vulcões, formações rochosas curiosas e uma imensidão de nada. Acabamos o dia perto da lagoa colorada, de água vermelha originada pela concentração de algas e plâncton, os mesmos que dão a cor rosada aos flamingos.
Começo o dia seguinte com uma terrível má disposição e desarranjo intestinal. Acordamos às 04:00h e seguimos para os geysers Sol de la Mañana, situados a 4850 m de altitude. Passamos por umas termas naturais e seguimos para a Laguna Verde e Laguna Branca.
Voltamos a Uyuni e despedimo-nos dos nossos amigos canadianos, ingleses, marroquinos e argentinos. Da mesma forma que com todos os viajantes com quem passámos algum tempo juntos, ficam os convites e as promessas de um dia visitarmos as cidades uns dos outros.
Passamos mais um dia em Uyuni e seguimos para Tupiza, onde ficamos três dias sem fazer rigorosamente nada!

15-04

Já recuperado e cheio de vontade de comer porcarias, pomos um chapéu de cowboy e fazemos um passeio a cavalo pelas paisagens que mais parecem ser do velho oeste norte-americano, com enormes cactos e formações rochosas de várias cores, uma paisagem diferente das que já havíamos visto.
Apanhamos um comboio em direcção a La Paz.

21 março 2007

Pelas terras do mate

A SILVIA VAI VOLTAR A PORTUGAL! VEIO POR DOIS MESES A ACABOU POR FICAR MAIS DE OITO! É DIFICIL DEIXAR ESTE ENORME CONTINENTE, ESPECIALMENTE PELA BELEZA NATURAL QUE TEM PARA OFERECER. PARTE NA TAP DESDE O RIO DE JANEIRO E CHEGA A LISBOA NA SEXTA FEIRA SANTA, DIA 6 ÀS 06:40AM.

18-02

Domingo é dia de bola, e hoje joga o Boca Juniors com o Rosário Central. Os bilhetes estão esgotados, mas sempre se consegue entrar: um sócio chamado Javier Colaco, gordo e cabeludo, não vai e entro na "cancha"! A loucura é total, e ficar na bancada junto à claque mais antiga do clube, é uma experiência alucinante. Nunca param de cantar, e quando o adversário marca, as vozes elevam o seu tom, como se o Boca tivesse marcado! Resultado final, 1-1.
Nestes dias por Buenos Aires visitamos o Bairro S. Telmo, com o tango de rua e o mercado de antiguidades, a colorida Boca, Palermo velho,o centro, o moderno Puerto Madero. Vamos ainda assistir a um clássico show de tango, no ainda mais clássico Café Tortoni.
Desde o inicio desta viagem, já ouvimos inúmeras histórias de esquemas de assaltos, muitas delas contadas na 1ª pessoa. Alguns violentos, outros com elaborados esquemas, de certa forma já estávamos preparados para todos, e eliminávamos as situações no primeiro momento! Este que vou descrever a seguir foi muito simples e aconteceu connosco. Felizmente conseguimos evitá-lo no momento crucial: estávamos na recepção do hostal, com as mochilas prontas, à espera que chegasse um taxi para nos levar ao cais onde iríamos apanhar um barco para o Uruguai. O hostal é à porta fechada, e quando dois mochileiros tocam a campainha, o recepcionista abre a porta, e atrás deles sobe um casal com mochilas pequenas às costas. Nesse momento, eu e a Tânia estávamos a ver um quarto, uns quatro metros afastado do sitio onde as nossas mochilas estavam. O rapaz, muito calmamente, pega na minha mochila pequena, dirige-se devagar para as escadas e começa a desce-las em direcção à porta da rua. Nesse momento, sem nenhuma razão especial, olho para as mochilas, dou por falta da minha pequena e vejo o rapaz com ela! Pergunto-lhe em voz alta onde vai com a mochila, ao que ele responde: "es mia"!! Disse-o de forma tão calma e convincente, que toda a gente que lá estava realmente acreditou que era dele! Arranquei-lhe a mochila das mãos e ele saiu. Só depois nos apercebemos que a mulher também fazia parte do esquema, pois saiu, muito tranquila, porta fora do hostal! Lá se ia passaporte, máquina fotográfica e dvd´s com fotos, entre o mais importante. Dois dias antes, também tinham roubado um computador portátil a um jovem sueco que estava a escrever um livro!

22-02

Chegamos de barco a Colonia Sacramento, Uruguai.
Fundada em 1680 pela coroa portuguesa, e violando o Tratado de Tordesilhas, Colonia Sacramento servia principalmente como porto de contrabando para entrar em Buenos Aires. Hoje em dia a cidade é tranquila, é património da UNESCO, e torna-se uma visita bem agradável, especialmente para nós, portugueses.

Em resposta, os espanhois fundaram Montevideo, hoje capital do Uruguai. Ficamos 4 dias nesta calma capital, que não tem tanto assim para oferecer, mas a falta de transporte para o próximo destino obriga-nos a manter aqui até terça-feira. Aproveitamos para conhecer Punta del Este, a duas horas de Montevideo, o destino "in" para as férias de praia dos uruguaios.

28-02

Entramos no Paraguai, na sua capital, Assunção. Poucas palavras para descrever esta nossa breve passagem por esta cidade, cujo centro histórico vimos numa hora: calor húmido e abrasador, tempestade tropical, águas paradas, mosquitos, epidemia de dengue, autocarro na madrugada seguinte em direcção a Iguaçu.

01-03

Cruzamos a fronteira tripartida através de Ciudad del este, uma loucura de cidade, onde se vende tudo, e bens de contrabando tentam-se inserir nos fortes mercados brasileiro e argentino. Passamos para a pacata cidade argentina de Puerto Iguaçu, com o objectivo de visitar as fantásticas cataratas de Iguaçu.
O rio Iguaçu forma, talvez as mais belas cataratas do mundo. Visitadas do lado argentino, apercebemo-nos bem da força da água, e sentimo-la bem no corpo. Um pequeno passeio de barco leva-nos até debaixo das mais pequenas. Mas o melhor ainda está para vir! Depois de uma caminhada de 20 minutos estamos sobre a garganta do diabo, a principal e mais impressionante de todo o conjunto das quedas de água . O ruído é ensurdecedor e ficamos encharcados com a quantidade de água que é levantada pelos ventos formados pela própria cascata. Só visto é que nos apercebemos da imponência e do poder da água! É arrepiante!!
O lado brasileiro permite-nos ter a melhor visão. Podemos contemplar todo o complexo das cataratas e apercebemo-nos da sua enormidade. É uma paisagem que não cabe nos olhos!
Aproveitamos ainda para visitar a maior central hidroeléctrica do mundo, a barragem de Itaipú. Alguma curiosidades acerca desta grande obra: o volume total de betão corresponde a 210 estádios do maracanã, e com o ferro e aço poderiam ter-se edificado 380 torres Eiffel! O movimento de terras foi equivalente a duas vezes o volume do Pão-de-Açucar e a abertura máxima das comportas corresponde a um caudal de 62200 m3/s, o que é 40 vezes superior à média das cataratas de Iguaçu! Este projecto é responsável pela geração de 22% da energia eléctrica consumida pelo Brasil e mais de 90% pelo Paraguai.

05-03

"Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil"

Aparte dos assaltos e violência,o Rio de Janeiro é, de facto, uma cidade maravilhosa. Se não fosse cidade, o local certamente teria o estatuto de Parque Nacional. As praias de Copacabana, Ipanema e Leblon são óptimas, e a cidade vista desde o Pão-de-Açucar ou do Corcovado é algo fenomenal. Agora compreendo porque tantas letras de música foram feitas à volta desta metrópole. Os cariocas têm motivo para ser orgulhosos. O centro também é interessante e algumas zonas fazem lembrar os bairros históricos de Lisboa, nem que seja pela calçada nas ruas e pelo pequeno eléctrico, o "bonde", leia-se "bom-dji-nho"!
Para além de todas estas coisas agradáveis,existem centenas de favelas no estado do Rio de Janeiro. Elas são tão famosas e mediáticas, que surpreendentemente, deparámo-nos com agências que faziam "tours" ao interior de uma favela. Achamos o facto pouco interessante, e preferimos a península de Noterói, onde visitamos o Museu de Arte Contemporânea, projecto de Oscar Niemeyer.
Passamos um dia em Teresópolis, cuja maior atracção são as suas paisagens e tesouros naturais, como o surpreendente Dedo de Deus, e outros, inseridos no Parque Nacional Serra de Orgãos.

10-03

Como esta coisa de viajar é dura, decidimos tirar umas férias e seguir para a calma Ilha Grande. Apanhamos um barco em Angra dos Reis, e dirigimo-nos para Vila Abraão, o maior aglomerado urbanizado da ilha, mas ainda assim tão pequeno que os dois únicos carros que circulam pelas ruas de terra batida são os dos bombeiros e policia.
A floresta tropical virgem rodeia as praias paradisíacas de areia branca, e o próprio enquadramento de Abraão, torna todo o conjunto bastante pitoresco.

13-03

Chegamos à cosmopolita mega-metrópole de São Paulo.
Aqui encontramo-nos com o Nuno, que cheio de trabalho, ainda teve tempo para almoçar e jantar connosco, e para nos dar um "tour" pela "S. Paulo by night"!
Inúmeros helicópteros sobrevoam a cidade durante o dia, transportando grandes empresários aos seus compromissos de trabalho, enquanto cá em baixo, km de filas de automóveis deixam os meros mortais à beira de um ataque de nervos. Nas noites de fim de semana, também são normais os congestionamentos de trânsito, quando milhares de paulistas saem à rua para desfrutar da excelente oferta de restaurantes, bares e discotecas da cidade.
Visitamos o centro histórico, as principais ruas e avenidas de S. Paulo, alguns museus, o instituto Butantã, famoso pelo desenvolvimento de soros para picadas de serpentes e aranhas, e o parque de Ibirapuera.

16-03

"Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher perfeita. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein." Oscar Niemeyer

Inaugurada a 21 de Abril de 1960, a capital brasileira foi criada com o objectivo de aproveitar e desenvolver os abundantes recursos dos territórios interiores do país. Brasilia foi idealizada por três famosos brasileiros: um urbanista (Lúcio Costa), um arquitecto (Oscar Niemeyer) e um paisagista (Burle Marx). Pensada e organizada segundo as directrizes na Carta de Atenas de Le Corbusier, Brasilia é uma capital do futuro. Em forma de avião, cada zona da cidade está perfeitamente destinada a um fim, como por exemplo, hotelaria, comércio, edifícios diplomáticos, etc. As zonas verdes abundam, as avenidas são larguíssimas, já para não falar nas fantásticas criações de Niemeyer. Nem saberia por onde começar a enumerá-las, de tão extravagantes e únicas que são! Um verdadeiro desafio para a engenharia. A cidade é, sem dúvida, a não perder, especialmente por arquitectos e engenheiros!

19-03

Visitamos a Chapada de Guimarães, terra de formações e fenómenos impressionantes, tal é a quantidade de gente que vê ovnis por aqui. Não sei se é por causa da energia que se diz haver na zona, ou dos cogumelos mágicos que brotam por toda a parte!? Fica a dúvida!

19 fevereiro 2007

Quando foi a última vez que viste algo pela primeira vez?!

VEJAM OS LINKS ACIMA "INSTANTES" E "MOMENTOS", QUE CORRESPONDEM A FOTOS E FILMES, RESPECTIVAMENTE!!

No seguimento de inúmeras reuniões e a pedido de várias famílias, acordámos eleger, por unanimidade, a Ana Tem Tem ("pudu pudu") como membro honorário da expedição! Esta nomeação é mais que merecida, no entanto é condicional... fica sujeita a uma jantarada de celebração a qualquer latitude e em data a estabelecer! Adeus Ana...!!

09-01

A Península de Valdés é uma das reservas mais ricas da Argentina, em termos de fauna selvagem. Pinguins de Magalhães, lobos marinhos, elefantes marinhos, baleias, orcas, todos coabitam por aqui! É um deleite para nós, que normalmente só vimos este tipo de animais num zoo. Visitamos ainda Punta Tombo, uma reserva com cerca de 800.000 pinguins. Eles andam por todo o lado, e tão próximos que nos arriscamos a levar uma bicada! Fazemos ainda uma volta de barco para ver toninas, uma espécie de golfinho branco e preto único.

13-01

Chegamos a Sarmiento. Parece que decorre uma feira da tosquia dos cordeiros patagónicos! Resultado? Não há alojamento disponível! Ficamos então em casa de uma típica família argentina. Bebemos mate à noite na companhia de todos, um ritual que se repete por toda a Argentina. O pequeno-almoço também é maravilhoso e farto. Visitamos o museu local, o bosque petrificado, autenticas árvores cuja madeira foi substituída por pedra!

16-01

Ushuaia é o próximo destino. Para chegar lá, temos obrigatoriamente de cruzar a fronteira com o Chile, e voltar a entrar na Argentina. Entramos na Terra do Fogo, após passar o canal de Magalhães em Ferry. Ushuaia é, de facto, a cidade mais austral... da Argentina! A verdade é que cerca de 60 km mais a sul, localiza-se Puerto Williams, essa sim, a cidade mais a sul do mundo, no Chile! Apesar disso, Ushuaia ficou com a fama internacional, e é visitada por largos milhares de turistas todos os anos, enquanto Puerto Williams, realmente parece o verdadeiro fim do mundo! No entanto, não vamos lá! A discussão à volta do assunto entre Argentina e Chile, resulta na não existência de um transporte regular entre Ushuaia e Puerto Williams, e a cidade chilena mais próxima também é demasiado longe, o que faz com que o preço do transporte seja exageradamente alto!
Em Ushuaia fazemos uma caminhada pela costa do Parque Nacional Tierra del Fogo, damos um passeio de barco pelo canal Beagle, visitamos museus e deambulamos por esta cidade extremamente turística. É daqui o principal porto de partida para cruzeiros de 11 e 18 dias pela Antárctica. Uma viagem certamente única, cujo preço mais baixo, comprando o bilhete em Ushuaia e a poucos dias do embarque, "last minute ticket", é de US$3000!

23-01

Cruzamos para o Chile, um dia em Punta Arenas e rumamos a Puerto Natales. No dia seguinte entramos novamente na Argentina, chegamos a El Calafate! A cidade de El Calafate vive inteiramente do turismo. O Parque Nacional Los Glaciares alimenta toda a cidade, e não é para menos, é realmente fantástico! Como o próprio nome indica, o parque tem vários glaciares, e todos impressionantes. Fazemos uma viagem de um dia em barco pelos lagos glaciares e um minitrekking sobre o glaciar mais famoso e visitado do parque: o glaciar Perito Moreno. Terminamos a mini-caminhada de 2 horas pelo fantástico glaciar azul com um whiskey arrefecido com gelos centenários! Assistimos ainda a vários desprendimentos do glaciar (consegui filmar um deles, vejam-no!), e foi nesta altura que escutámos uma curiosa e interessante conversa entre o Zé Bigodes, o Manel da Pinga, e o Dr. Geo. Foi mais ou menos assim:

Zé Bigodes - Dasseee, granda cubo de gelo!
Manel da Pinga - É maior que o estádio do Dragon, carago!
Dr Geo - É uma glaciar! De facto é o maior glaciar em avanço do mundo, ou melhor, neste momento não está a avançar, porque grandes bocados de gelo estão continuamente a cair (um bocado do glaciar cai estrondosamente sobre a água e interrompe o Dr. Geo)
Manel da Pinga - Mas se isto está sempre a cair, daqui a pouco desaparece..
Dr. Geo - Alguns irão desaparecer em poucos anos. Este glaciar em particular mantém-se estável! O coração do glaciar é a zona de acumulação, onde a neve cai, e à medida que o peso aumenta, compacta até se transformar em gelo.
Zé Bigodes - Mas o que é que o empurra para se mexer tanto?
Dr. Geo - O peso da neve força o glaciar a mover-se para baixo. À medida que se desloca, o gelo derretido no fundo mistura-se com a pedras e solo, criando uma espécie de lubrificante que o faz avançar ainda mais. Todo o movimento cria várias fendas entre o gelo, chamadas crevasses.
Zé Bigodes - Aííí! Olha aqueles bocados azuis!!!
Manel da Pinga - Fonix!! Temos de engarrafar isto e levar pra Portugal pra vender!!
Dr. Geo (enquanto ajusta os óculos) - O gelo é azul porque está muito compactado, já não tem ar lá dentro, absorvendo todas as cores do espectro, excepto a azul, que reflecte. Se o gelo é branco, significa que é novo. Outro dado importante acerca dos glaciares, é que estes armazenam cerca de 75% da água potável do mundo.
Manel da Pinga - Zé, imagina que os cubos de gelo em todo o mundo se derretiam! (ambos olham para o céu e chegam à brilhante conclusão que talvez, talvez hoje o sol esteja suficientemente forte...)
Zé Bigodes - Vamos dar de frosques e vestir o fato de banho!

E foi assim!!! Vejam as fotos...

26-01

Vamos em direcção a El Chalten, onde fazemos uma caminhada de 3 dias à volta do cerro Fitz roy e cerro Torre, duas fantásticas formações graníticas célebres entre os escaladores de todo o mundo!

29-01

Voltamos a Puerto Natales. Aqui celebramos o 28º aniversário da Silvia, num restaurante bem catita! Nós três e a Anna, uma italiana que nos acompanha na viagem já há duas semanas. Comemos bem, bebemos ainda melhor! A Silvia sopra as velas e abre as prendas. Foram só coisas úteis para a próxima caminhada que vamos fazer, tais como toalhetes, chá, chocolates, etc, e ainda um bico da camping gaz e um recipiente para líquidos! No dia seguinte acordamos tarde e tratamos das compras para os sete dias no Parque Nacional Torres del Paine.

31-01

Mundialmente famoso, e provavelmente o mais visitado entre os amantes de trekking na América do Sul, o Parque Nacional Torres del Paine deve o seu nome às monstruosas torres de granito que dominam a paisagem. A rodeá-las, está o pico Paine Grande e os cornos de Paine, formações de base granítica e cabeça sedimentar, cuja fotografia é capa de livros por esse mundo fora.
Caminhamos sete dias, de acampamento em acampamento, percorrendo um circuito denominado "w"! Apanhamos chuva, frio, neve, muito vento, e uns momentos de sol que sempre surgiram quando precisávamos, para contemplar estas paisagens fantásticas! Foi no meio de glaciares e lagos que após 6 meses e meio de viagem, encontrámos o primeiro português mochileiro que está a fazer uma viagem semelhante à nossa, o Ricardo!! Visitem o seu blog: www.perdidonaprocura.blogspot.com

08-02

Entramos num barco que nos leva durante 4 dias através dos fjords patagónicos, até Puerto Montt. Transporta mercadorias! Uns contentores cheios de sabe-se lá o quê, e outros, abertos, apinhados de vacas, cavalos e ovelhas, estas últimas tão apertadas que nem chegam com as patas ao chão! Uma parte do barco é dedicada ao transporte de passageiros, esta sim, bem arranjada, organizada por quartos com beliches de quatro categorias distintas. Apanhamos um péssimo tempo no primeiro dia de viagem, muita chuva e vento, mas os seguintes foram óptimos dias de sol. Durante a viagem, desfrutamos dos glaciares e dos desabitados fjords patagónicos, por vezes tão estreitos, que parece que o barco não passa através deles! Desembarcamos durante uma hora em Puerto Eden, uma pequena aldeia piscatória e casa da quase extinta comunidade indígena Qawashqar.
Jogamos cartas, vimos filmes e documentários, à noite há festa, bingo patagónico, lemos, escrevemos, bebemos, entretemo-nos! Chegamos a Puerto Montt e vamos directos para Chiloe.

13-02

A ilha de Chiloe manteve-se relativamente afastada do resto do Chile, não sendo influenciada pela colonização, e consequentemente, criou a sua própria história e cultura, evidente principalmente na sua arquitectura, com 16 igrejas reconhecidas pela UNESCO!

15-02

Vamos em direcção a Buenos Aires. Aqui também nos separamos da Silvia, que vai continuar viagem com a Anna por mais umas semaninhas, até voltar para Portugal! A ideia é encontrarmo-nos todos em S. Paulo, na companhia do Nuno, e fazer uma festa de despedida!

Buenos Aires é vida, é emoção, é presunção, é elegância, é sensualidade, é movimento, é tango! Viver a parte velha da cidade, com vendas de antiguidades, música e tango de rua, é algo especial, que nos transporta nem sei para onde nem para quando, mas o certo é que nos transporta!
Esta imponente e enorme cidade é diferente, no entanto, familiar!

06 janeiro 2007

Da terra Inca à Mapuche

30-11

Cuenca é a terceira maior cidade do Equador, e faz concorrência a Quito, quando se fala em arquitectura colonial bem preservada. Quito ganha em termos de grandiosidade, e Cuenca em termos de beleza. A sua principal exportação são os chapéus de panamá, ou Montecristi. Por aqui damos umas voltas pelo centro histórico e vivemos um pouco a cidade. Vamos ainda ao P. N. Cajas, e fazemos um trekking de cerca de 4 horas por lá. O parque situa-se maioritariamente entre os 4000 e os 4500 m.s.n.m., e é constituido por 235 lagoas de origem glaciar e fantásticos bosques de quinua (Polylepus), ou árvore de papel, cujos troncos se desfazem em inúmeras camadas (como o bolo mil folhas). Esta é a única espécie de árvore no mundo que sobrevive a tal altitude, e entrar num bosque destes é como viver uma cena de um conto de fadas.

04-12

Seguimos para Puerto Lopez, uma pequena e simpática vila piscatória, localizada na proximidade do P. N. Machalilla. Para além da parte continental, o parque inclui ainda a Isla de la Plata. Reza a história que o pirata ¿Sir? Francis Drake enterrou nesta ilha tesouros saqueados aos espanhois, fruto das suas investidas à apetecivel Cartagena. Realidade ou ficção, só as aves que habitam a ilha o saberão! Picadeiros de patas azuis, de patas vermelhas, mascarados, fragatas, pelicanos. Entre Abril e Outubro podem-se ver albatrozes por aqui e entre Junho e Setembro, a observação de baleias é garantida. Para além disso, o snorkeling nas barreiras de coral é uma grande atracção. Por tudo isto, esta pequena ilha é denominada "pequena Galápagos", ou "Galápagos dos pobres"! No dia seguinte visitámos a parte continental do parque durante a manhã. À tarde, às 14:45h, sentei-me num bar, pedi umas cervejas e vi em directo o Manchester United - Benfica...

07-12

Seguimos para Guayaquil, onde às 11:30h apanhamos um autocarro de 24 horas que nos vai levar até Lima, Peru.

ESPECIAL EQUADOR

À escala da grande parte dos países da América do Sul, o Equador é minúsculo! No entanto a diversidade de ecossistemas é enorme: um dia podemos estar a apanhar banhos de sol na costa do Pacífico, no outro a ascender um vulcão de 5000m, e no terceiro dia a suar e enxutar mosquitos do cu no meio da selva tropical! Há de tudo para todos os gostos! A nossa viagem foi feita maioritariamente pelos Andes centrais, corremos toda a "Avenida dos Vulcões", tomámos banhos nas águas aquecidas pelo magma, fizemos trekkings fantásticos, andámos pelos mercados de artesanato andinistas! É provavelmente o país sul americano onde se pode ver mais em menos tempo!

08-12

Chegamos a Lima, alojamo-nos e compramos um bilhete de avião que nos leva a Tacna no dia seguinte. Temos o objectivo de entrar no Chile e descer até à Patagónia, uma vez que em Dezembro começa a época das chuvas no Peru e Bolivia, mas também começa o verão na Patagónia, que seria insuportavelmente fria noutra época que não os meses de Janeiro e Fevereiro!
Aterramos em Tacna, passamos a fronteira para o Chile, e apanhamos um autocarro para Calama. Aqui visitamos a maior mina de cobre a céu aberto do mundo, Chuquicamata, com uma exportação anual de cerca de 1 milhão de toneladas. Cada um destes pequenos camiões de transporte pode carregar até 400 ton, e tem uns pneus com 3 metros de diâmetro.


12-12

Chegamos a S. Pedro de Atacama, uma vila cujas casa são construídas em adobe, imensamente turística. Todos os dias chegam largas dezenas de gringos, e é impressionante a concentração de hotéis, bares, restaurantes e agências de organização de tours. Deverá ser uma das maiores densidades em todo o mundo. E não é para menos! San Pedro está estrategicamente localizada, bem perto das melhores paisagens do norte do Chile, junto ao deserto de Atacama. Conhecemos o vale da lua, chamado assim devido à sua semelhança com a superfície da lua, originada pelos milhões de anos de erosão. Com o pôr do sol, a paisagem transforma-se, num jogo de sombras e cor fantásticos. No dia seguinte, saímos às 04:00h em direcção aos geysers El Tatio! Os geysers estão localizados a uma altitude de 4320m, o mais alto parque de geysers do mundo, e o nascer do sol é a melhor altura para os ver. O frio de rachar a esta hora permite-nos caminhar através de um gigantesco banho de vapor. Visitamos ainda o salar de atacama. Com uma superfície de 320.000 ha, este deserto salgado foi provavelmente uma lagoa de água salgada, formada após a elevação da cordilheira dos Andes à sua volta.

17-12

Chegamos a Santiago, após 20 horas dentro de um autocarro. A sensação é a mesma de chegar a uma capital europeia. A cidade é moderna e organizada, e os preços disparam, em comparação com o resto dos países da América do Sul. A vida no Chile é cara, caríssima, e por isso não podemos ficar muito tempo por aqui! Vamos cruzar os Andes e passar para a Argentina e voltar ao Chile as vezes que forem necessárias para visitar locais de interesse.
Em Santiago caminhamos pelo centro, vamos à casa-museu do Pablo Neruda, ao museu de arte pré-colombino. Visitamos ainda Valparaiso, uma cidde recentemente considerada património da UNESCO, merecido pelas suas colinas e sistema de elevadores que alternam entre a cidade moderna e a cidade velha. Por aqui visitamos outra casa-museu de Pablo Neruda, La Sebastiana. Em Santiago voltamo-nos a encontrar com a Silvia, que ficou no Peru a conhecer Machu Pichu, Lago Titicaca e Cañon del Colca.

22-12
Cruzamos os Andes. São paisagens fantásticas vistas através da janela de um autocarro. Chegamos a Mendoza, já do lado argentino. Mendoza intitula-se capital do vinho, e para além disso, o principal ponto de interesse é a sua proximidade do Aconcagua. É aqui que vamos passar o Natal. Ficamos num bom hostal, com óptimas zonas comuns e uma boa cozinha. O cardápio é português: bacalhau à gomes de sá, pasteis de bacalhau, cabrito, rabanadas, arroz doce, ¿gelatina?, e tudo acompanhado de um belo vinho argentino. Apesar de estarmos afastados de casa e da família, a comida sabe um pouco ao nosso belo Portugal! À meia-noite trocamos os presentes!
Passamos o dia de Natal a recuperar da noite anterior e a comer as sobras do jantar! Não fizémos rigorosamente nada!

26-12

Iniciamos um trekking de 3 dias até ao campo base do Aconcagua, o pico mais alto do continente americano, com 6962 m.s.n.m. As paisagens são fantásticas, os Andes não nos deixam ficar mal. A organização do Parque é exemplar: existe um helicóptero permanente e várias tendas médicas nos campos base e avançados. Acabamos por usufruir deste serviço, uma vez que a Tânia fez um pequeno entorse no pé, resultado de uma queda aparatosa!
Nos meses de verão, os caminhantes e andinistas são aos milhares, não é por menos, estar sobre uma montanha tão imponente é uma recordação para a vida. O que também é impressionante é o cemitério de andinistas, que guarda as memórias de vários corajosos que perderam a vida a tentar conquistar o cume do Aconcagua. Os corpos de muitos deles ainda se mantém perdidos no meio das neves perpétuas.

29-12

Chegamos a San Carlos de Bariloche, a estância de ski mais famosa da América do Sul. Temos visitas: O nuno e a Ana vêm ter connosco! E o Nuno já pela segunda vez, após o nosso encontro em Manaus. Foi reconhecido como membro honorário da "expedição"!!
Bariloche é como a "Suiça da América do Sul", as casas com telhados com águas de grande inclinação e as dezenas de lojas de delicioso chocolate indicam muita neve e frio durante o inverno. Estamos na zona dos lagos, e no início da Patagónia. O Parque Nacional Nahuel Huapi está bem próximo da cidade e foi o primeiro P. N. criado na Argentina. Vamos a um restaurante de Parrillada na passagem de ano, uma bela dose da excelente carne argentina regada com igualmente bom vinho. Depois da meia-noite e entrada em 2007 na companhia de vários turistas de distintas nacionalidades, vamos a um bar de tango onde tentamos dar uns humildes passos... não é nada fácil!!
Alugamos um carro, fazemos a estrada dos 7 lagos, várias horas por terra batida, à beira dos lagos!
Deixamos os nossos amigos partir em direcção a Buenos Aires. Soube bem ter visitas portuguesas. Pode ser que ainda nos encontremos mais tarde durante a viagem... quem sabe!?

05-01

Chegamos a Esquel, onde entramos numa viagem no tempo! Embarcamos no "La Trochita", o velhinho expresso da Patagónia...

08-01

Puerto Madryn é o proximo destino, porta de entrada da Península de Valdés!!