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MAPA MUNDO INTERACTIVO

11 agosto 2006

2 dias e 3 noites em direcção a Santarém!!






04-08

Saímos de Barreirinhas pelas 06:00h em direcção a S. Luis, onde vamos pernoitar no Solar das Pedras, um albergue pertencente à hosteling international, com boas condições e a preços baixos, R$18/pax dia em dormitório. Passámos o dia a fazer pequenas compras, internet e a passear.
O Esteves foi buscar o passaporte provisório, que esperemos servirá para o resto da viagem. À noite fomos até uns bares pelo centro, ouvir música ao vivo e beber uma cachaça com canela para aclarar a voz, na companhia do nosso guia da "Mundo Vip", o Bruno, que apesar de já não estar na qualidade de guia, nos acompanhou por várias horas.

05-08

Continuamos em S. Luis a fazer coisas banais e a preparar para a longa viagem de autocarro até Belém. Apanhámos o ônibus até à rodoviária, jantámos por lá, e partimos às 20:00h. Sorte nossa, o autocarro leva pouca gente, podemos ficar com dois lugares para cada um e dormir mais confortáveis, só assim chegamos menos amassados a Belém, após uma viagem de 15 horas por trolos de estrada de terra batida, a velocidades não superiores a 20 km/h. Houve pessoas que nos desaconselharam a fazer este trajecto todo de autocarro, agora entendo porquê, somos alvos fáceis para assaltantes quando andamos a 20 km/h. Mas correu tudo bem.



06-08

Chegamos a Belém pelas 11:00h desta manhã de Domingo, e vamos directos para o hotel Fortaleza, um clássico de backpackers gerido pela Gilda, muito castiça. Hoje é um dia pouco seguro para andar pelas ruas, uma vez que estão muito vazias. Damos uma volta pelas ruas na próximidade do hotel. Compramos bilhetes para o barco que nos levará até Santarém, custou R$90. À noite fomos até um barzinho e voltamos cedo para o hotel.




Acordamos cedo, pelas 06:30h, e comprámos umas redes que serão a nossa tarimba durante 3 dias até Santarém, e enquanto viajarmos de barco pelo Amazonas até ao Peru. Apanhámos o ônibus até ao porto para colocar as redes e voltámos para o centro, ao mercado local, o"ver-o-peso", com cerca de 1000 barracas de frutos, especiarias, carne, peixe, animais vivos, artesanato, enfim, tudo o que é necessário para sobreviver.

Belém é o motor económico do norte do Brasil, e da Amazónia Legal. Faz a ligação entre o oceano Atlântico e o Amazonas e é a principal porta de entrada da Amazónia, utilizada desde 1616 pelos portugueses para conquista de toda a zona norte.


Entramos no que será o nosso hotel durante as próximas 3 noites, o barco "Coronel José Julio", com capacidade para cerca de 220 pessoas e carga ilimitada. Pelo menos a mercadoria não pára de entrar, caixotes a perder de vista que abastecem as povoações ao longo do rio, com tudo o que se possa imaginar, desde milho a galinhas, tapioca a vaca, vegetais e fruta frescos, etc!!!

Dormir num convés povoado de gente deitada em redes não é fácil nem confortável. Acho que já dormi em sitios piores, mas não me lembro de ter acordado tantas vezes na mesma noite!!
O dia começa com o nascer do Sol e somos brindados com um belo "café da manhã", que consiste em...café...e uma vez que é de manhã... os tripulantes deste barco seguem à risca a denominação brasileira do nosso "pequeno almoço"!
O almoço é carne com arroz, feijão e farinha de tapioca, e o jantar é farinha de tapioca, feijão, arroz com carne. Pelo menos varia a carne, ao almoço foi galinha e ao jantar vaca.

Quando atracamos num qualquer porto de passagem dá-se uma"revolução", com passageiros a sair, novos passageiros a entrar e a procurar o melhor local para colocar a rede, vendedores de gelados, fruta, açai, e crianças a estender a mão, à espera que lá caia qualquer coisa, de preferência uma moeda.

Entrámos na zona da malária, redobram-se os cuidados,especialmente a partir do lusco-fusco e até ao amanhecer. Comprimidos de alho, profilaxia com mephacin, rede mosquiteira, repelente com 35% de DEET, biokill na roupa e a maior quantidade de pele coberta, são os cuidados de prevenção que teremos de cumprir.

Da mesma maneira que começa, o dia também acaba cedo. Após o jantar o silêncio começa a reinar e as redes acomodam os corpos cansados de não fazer nada!

Não é difícil travar conhecimento com os companheiros de viage, sejam eles viajantes à procura do desconhecido, como nós, ou locais que viajam em trabalho ou de regresso ao encontro das familias e amigos.
Entretém-se a jogar cartas, dominó, dançar, ouvir música, conversar, ou simplesmente olhar o rio Amazonas, um rio que está a uma escala muito diferente da que estamos habituados: é tão largo que, estando numa margem e olhando para a outra só se vê uma pequena faixa verde no horizonte, e é tão sujo que não se vê um cm que seja para o seu interior.

Sinceramente não o imaginava assim!!!!!!