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MAPA MUNDO INTERACTIVO

28 setembro 2006

Costa das Caraíbas

08-09

A Pousada Dom Carlos situa-se perto da Praça Bolivar, na zona histórica de Ciudad Bolivar, no estado Bolivar, na República Bolivariana da Venezuela, e um quarto ficou-nos por 40.000 Bs (Bolivares)!!
Simon Bolivar é o heroi nacional, o libertador, foi quem liderou a revoluçäo que culminou com a independência das agora Venezuela, Equador, Colômbia, Panamá, Peru e Bolivia. Com o fim das guerras napoleónicas, Simon Bolivar pôde recrutar 5000 veteranos britânicos, que juntamente com um exército a cavalo, marcharam através dos Andes e derrotaram as forças espanholas na batalha de Boyacá, trazendo independência à Colômbia em Agosto de 1819. Quatro meses mais tarde, em Angostura (actual Ciudad Bolivar) foi proclamado pelo congresso o novo estado de Gran Colômbia, unificando a Colômbia, Panamá, Equador, e Venezuela (apesar dos dois últimos ainda estarem sobre liderança espanhola). Em Junho de 1821 completou-se a libertaçäo da Venezuela, na batalha de Carabobo, seguindo-se o Peru e a Bolivia. O sonho de Bolivar de uma república unida, cairia mesmo antes da sua morte, menos de uma década depois da sua criaçäo, com a separaçäo da Colômbia, Equador e Venezuela. A separaçäo entre a Colômbia e o Panamá deu-se em 1903, com o apoio dos Estados Unidos da América, após a qual foi construído o canal do Panamá através do istmo da América Central.

Ficamos 3 dias em Ciudad Bolivar, a Pousada agrada-nos, a parte velha da cidade também. Aqui encontramos padarias geridas por portugueses, aveirenses no caso. Mas desenganem-se se pensam que comemos päo português... näo se vende por cá, os venezuelanos näo gostam!! Contentamo-nos com uma bola de berlim e com o päo adoçicado de todos os dias!
Foi aqui que Bolivar veio em 1817 para criar a sua base para as operaçöes militares contra os espanhois, foi aqui que se concentraram os 5000 veteranos britânicos, antes da conquista da Colômbia, e foi aqui que o Congresso de Angostura decretou em 1819 o nascimento da Gran Colômbia. Em honra de "o libertador", a cidade foi renomeada Ciudad Bolivar em 1846. Aqui fica um desafio: tentem encontrar uma qualquer cidade ou vila venezuelana, que näo tenha uma "Plaza Bolivar"!!!

11-09

Deixamos Ciudad Bolivar e rumamos à costa do mar das Caraíbas. Trocamos de autocarro em Puerto la Cruz e seguimos para Santa Fé. Neste trajecto de 45 min já sentimos o "cheiro" das Caraíbas, emanado pelas colunas radiofónicas que se estendem por todo o autocarro!
Santa Fé é uma pequena, simpática e pacata vila piscatória, com praias agradáveis de água quente, coqueiros e um sem número de pelicanos! Desengonçados, com bico grande, pacatos, lá andam à espera que lhes caia um peixe na goela! Cada um deles parece um personagem de desenhos animados!
Em Santa Fá entramos de férias. À noite compramos uma grade de cervejas, carväo, e fazemos uma bela sardinhada, com batata cozida e pimento assado! Sentimo-nos em casa. Belo repasto!! No dia seguinte damos um passeio de barco pelas praias desertas e ilhas que fazem parte do Parque Nacional Mochima, acompanhados durante parte da viagem por um simpático grupo de golfinhos. À noite comemos mais um belo peixe assado, um dourado.

13-09

Afastamo-nos da costa e vamos para Caripe, conhecer a maior gruta da Venezuela, a cueva del guacharo, e um bicho único que só vive por estas bandas, e na completa escuridäo, o guacharo. É um pássaro que se orienta de forma semelhante a um morcego, por radar, mas que näo é nem sequer primo deste! Entramos 1200 m pela terra dentro, numa visita de cerca de 1h30. saímos, relaxamos com uma garrafa de vinho de morango, conhecemos mais uma bela cascata e voltamos à vila.
Hoje é um dia muito triste...!!! É verdade, o Esteves vai voltar para Portugal, conforme estava previsto, e parte de madrugada para Caracas, de onde vai voar para Lisboa. Vamos jantar a um belo restaurante, digno de uma despedida, e a um bar! Confraternizamos no hotel, e Esteves arruma a mochila, momentos de silêncio seguem instantes de gargalhada e boa disposiçäo, e vice-versa, o momento deveria ser de festa, ou näo, ao nostalgia presente apodera-se de nós! Às 05:00h o Esteves entra no taxi. Leva 1 mês e meio de belas recordaçöes na mochila, e mais um saco cheio de coisas supérfluas que nós achávamos que eram importantes quando deixámos Lisboa. Afinal näo säo tanto assim! Chove a cântaros, como se a natureza personificasse o sentimento que todos temos dentro de nós. Já fazes cá falta.
Passamos o dia chuvoso enfiados no hotel a ver os filmes fúteis que passam na TV!

16-09

Voltamos para a costa do mar das Caraíbas, mais concretamente para S. Juan de las Galdonas, demorámos um dia para fazer cerca de 200 km, trocámos de transporte 5 vezes! No dia seguinte conhecemos as praias desertas e paradisíacas locais. Decidimos entrar mais a fundo na Peninsula de Paria, onde os carros näo chegam. Apanhamos um transporte até ao final da estrada de terra batida, em San Juan de Urane. Daí partimos a pé até uma magnífica praia deserta, em cuja extremidade se encontra o aglomerado populacional de Boca de Cumaná. Pernoitamos por lá. Negociamos com um pescador local uma viagem de 10 min até Sta Isabel, uma pequena comunidade. Aí contactamos um local que nos guia ao interior do Parque Nacional Peninsula de Paria, através de um rio e de um canion fantásticos. Voltamos nesse mesmo dia para Boca de Cumaná. Às 02:00h acordamos e saímos para uma caminhada nocturna, sem lua, em direcçäo a San Juan de Urane, onde apanhamos o único transporte do dia, às 05:00h, de volta a San Juan de las Galdonas. Aqui tomamos o pequeno almoço e seguimos para Rio Caribe onde ficamos uma noite.

21-09

Durante o dia fazemos praia, vamos à praia Medina. Uma vez que temos tido problemas com as máquinas fotográficas, já se avariaram três, näo pude fazer qualquer registo fotográfico. Imaginem entäo uma baía, dois cabos verdes que entram pelo mar, afastados entre si 400 m. Entre eles um areal branco e fino repleto de centenas de coqueiros, como se a selva tivesse descido ao mar. A água é azul, cristalina e quente. A temperatura ambiente ronda os 30º Celcius. Uma rede a cerca de 50 m impede a entrada de tubaröes! A verdadeira definiçäo de paraíso!! Podem acordar...näo estamos cá para isso! Sabe bem mas chateia depressa!! Esperam-nos coisas bem mais interessantes, a começar pela Colômbia.
Apanhamos um autocarro nocturno em direcçäo a Caracas. A nossa vinda a Caracas tem um propósito único e concreto, que é o de ir buscar uma nova máquina fotográfica que chega de Lisboa, através da TAP. Apesar de ser considerada a metrópole mais perigosa da América do Sul, tanto devido à elevada delinquência, como à própria corrupçäo policial, tem o seu quê de interessante. O centro histórico está limpo e arranjado, a rede de metro funciona bem. O Parque Nacional El Ávila está à distância de um teleférico, de onde se pode vislumbrar toda a cidade e o bonito vale em que está inserida a partir de uma altitude de 2105m. Vamos ao cinema, e a um shopping!!!?? Assim que nos apoderamos da nova máquina fotográfica, deixamos Caracas e dirigimo-nos a Maracay a 1h30m de caminho.

25-09

De Maracay decidimos ir passar o dia na Colónia Tovar, uma pequena localidade de origem alemä, assente a uma altitude de 1800 m. É o verdadeiro conceito de uma pequena cidade turística, com a típica arquitectura germânica, salchichas, cerveja e morangos com natas, a sobremesa mais famosa da regiäo. Foi fundada em 1843 por um grupo de 376 alemäes oriundos da Floresta Negra, que vieram quando a Venezuela solicitava imigrantes para cultivar as terras devastadas pelas guerras pela independência.

26-09

Entramos no Parque Nacional Henri Pettier, o parque mais antigo da Venezuela, criado em 1937. A estrada que o atravessa é fantástica. Säo 55 km que sobem aos 1830 m de altitude e

terminam na costa das Caraíbas. Do autocarro vimos macacos, abismos, temos frio, temos calor, abunda o bambu, terminamos na praia, mais uma praia paradisíaca, a Playa Grande! Ficamos uma noite e voltamos a Maracay onde apanhamos um autocarro nocturno em direcçäo a Coro.



Encontramo-nos na Colômbia...