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MAPA MUNDO INTERACTIVO

17 maio 2007

Meseta dos Andes

17-04

La Paz não é a capital da Bolívia, mas é aqui que estão sediados os poderes legislativo e executivo do país. Inserida num vale a 3660m de altitude, a cidade é uma gigantesca feira, onde tudo se vende pelas ruas inclinadas. Andar às compras é um verdadeiro desporto de alta competição, mas vale a pena, tudo é incrivelmente barato! Compramos um casaco de cabedal feito à medida por uns míseros euros!
Vista de cima a cidade é um caos total, vista de baixo também, mas as montanhas nevadas que a circundam fazem o cenário global interessante e pitoresco! Visitamos alguns museus, entre eles o da coca, que nos deixa bem claro que as folhas de coca não são cocaína. Pelas ruas somos constantemente relembrados que temos as botas sujas, os engraxadores de cara escondida por uma máscara de ski abundam por La Paz.
Descemos em bicicleta a estrada que liga La Paz a Coroico. Esta é oficialmente a estrada mais perigosa do mundo, e o galardão é bem merecido, dado o número de acidentes mortais que ocorreram aqui. Largura de faixa só suficiente para um veículo, abismos de 1000m, instabilidade de taludes e quedas de água sobre a estrada predominam! São três horas para descer cerca de 60 km de pura adrenalina e belas paisagens, até chegar à tropical Coroico, onde almoçamos e mergulhamos na piscina de um hotel.
Mais um dia em La Paz e iniciamos o Choro Trek, um caminho inca de três dias que começa aos 4860m de altitude e termina a 1400m, na localidade de Chairo. Começamos com o tempo seco e frio e à medida que descemos, a vegetação começa a aparecer aos poucos e a temperatura e humidade a subir. Dormimos como convidados em pequenos aglomerados de populações indígenas, que ainda hoje utilizam este caminho empedrado, antigamente usado pelo império inca para transporte de produtos agrícolas entre os vales tropicais e as terras altas.
Visitamos ainda as ruínas de um centro cerimonial da cultura pré-inca Tiwanaku, cujo império abrangeu o que é hoje a Bolívia e parte do Peru, e se centralizou nas margens do lago Titicaca por volta do séc. VII até ao séc. XII.

27-04

Chegamos a Copacabana, nas margens do lago Titicaca. Este mítico lago, que os incas acreditavam ter sido o berço de toda a sua civilização, está situado a 3800m de altitude e tem, grosso modo, 230 km de comprimento por 97 km de largura. Ficamos dois dias aqui e seguimos para Arequipa, no Peru. A Tânia está com uma gripe forte, e o nariz entupido a uma altitude de 3800m faz uma pequena dor de cabeça tornar-se insuportável.

29-04

Arequipa está a uma altitude consideravelmente mais baixa, a 2325m. Ficamos quatro dias em recuperação, após os quais usufruímos um pouco da cidade e da sua envolvente: três picos nevados, entre eles o cónico vulcão "El Misti", com 5822m.
Um dos maiores atractivos da cidade é a proximidade do canyon de Colca, o segundo canyon mais fundo do mundo, com 3191m, só ultrapassado pelo próximo mas pouco acessível canyon de Cotahuasi, 163m mais fundo. Visitamos Colca e observamos durante a manhã o sobrevoo de condores mesmo sobre as nossas cabeças.

06-05

Voltamos ao lago Titicaca, desta vez na margem peruana, na cidade de Puno. Daqui visitamos as ruínas de Sillustani, tumbas em forma de torres cilíndricas onde a cultura pré-inca e mais tarde dominada pelos incas "Colla", enterrava os seus mortos de classe alta! A maior destas torres tem 12m de altura.
Conhecemos algo bem original e único: as ilhas flutuantes Los Uros. São, como o nome indica, ilhas que flutuam graças a uma grossa camada de raízes e terra, e várias camadas de uma espécie de planta que abunda por aqui, a totora. Estas ilhas são depois ancoradas e são de tal forma robustas e resistentes que nelas são construídas casas, escolas e até pequenos hospitais. Também os pequenos barcos são construídos com esta planta que se pode inclusivamente comer! Visitamos ainda as ilhas de Amantani e Taquile, com culturas autênticas e relativamente preservadas. Pernoitamos na ilha de Amantani, em casa de locais que à noite nos emprestam as suas roupas típicas e nos levam a uma pequena festa onde dançamos até cair! Não é preciso muito para cair, quando se dança a 3800m de altitude...
Vamos em direcção a Cusco, capital do império Inca!

09-05

Cusco é uma cidade com uma arquitectura colonial bem preservada. Grande parte das grandes construções espanholas foram feitas sobre fundações incas, o único que sobrou destas grandes obras após destruidores sismos. As infra-estruturas turísticas comportam as centenas de "gringos" que aqui chegam diariamente. Hotéis, restaurantes, bares, agências, todos competem pelas ruas para abarcar o maior número de clientes. É enorme o assédio quando se caminha pelo centro da cidade, até pensámos em estampar uma t-shirt a dizer: "NO GRACIAS!"
Cusco e os seus arredores têm uma enorme quantidade de ruínas do que foi o grande império Inca, que teve o seu auge desde a segunda metade do séc. XV até ao ano 1533. Visitamos as ruínas de Sacsayhuamán (sexy woman!), Qenko, Puca Pucara, Tambo Machay, Pisac, Ollantaytambo, Moray, Maras e Chinchero. Mas o mais impressionante é sem dúvida Machupicchu. Apanhamos um comboio em direcção a Aguas Calientes, mesmo sobre a cidade perdida dos incas, nunca descoberta pelos espanhóis. Aqui dormimos para madrugar no dia seguinte. Chegamos às 6 da manhã a Machupicchu, no meio de um imenso nevoeiro. À medida que a nossa guia nos vai explicando cada uma das ruínas, e vamos entrando pela cidade, pequenas abertas deixam-nos ter uma ideia de todo o complexo. Estávamos tão entusiasmados à procura de uma aberta no nevoeiro, que em certo momento não prestámos a devida atenção à guia, que ía fazendo perguntas aos menos atentos, tal e qual como na escola! Quem não soubesse responder tinha de cantar o hino do seu país em voz alta! Todo o grupo ouviu o hino português!
Pelas 10h o tempo finalmente abriu. É impressionante! Por muitas ruínas que já tenhamos visto, e por muito comercial que achemos todo o tema Machupicchu, a visão à nossa frente é de facto impressionante. Não só pelas ruínas da cidade em si, mas também pelo local em que está inserida, rodeada de grandes morros verdes e abismos enormes. Subimos ao waynapicchu, um desses morros à volta da cidade! Passamos 11 horas a desfrutar de todo o local e voltamos a Cusco no dia seguinte.

15-05

Chegamos a Nasca pela manhã. A cidade não tem nada de especial para oferecer, mas os seus arredores possuem algo único no mundo: as linhas de Nasca. A cultura Nasca existiu muito antes dos incas, e por razões que ainda hoje são um mistério, desenharam enormes figuras pelo deserto que domina esta zona do Peru. As figuras só são perceptíveis a partir do céu, daí que sobrevoamos toda a área numa avioneta. O voo dura cerca de 30 min, e é impróprio para estômagos sensíveis. Ainda bem que não tínhamos tomado o pequeno-almoço!

16-05

Chegamos a Huacachina, a 4 km da cidade de Ica. Huacachina é um pequeno oásis no meio de enormes dunas, por onde damos alucinantes voltas de buggy e fazemos sand board. Aproveitamos ainda a piscina do hotel e à noite comemos um belo barbecue bem regado!

18-05

Partimos em direcção a Huaraz e às cordilheiras Branca e Huayhuash.