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MAPA MUNDO INTERACTIVO

04 junho 2007

Cordilheiras tropicais

É VERDADE, VAMOS MESMO VOLTAR A CASA!!! NO DIA 15 DE JUNHO VAMOS DE LIMA PARA MADRID, E NO SÁBADO, 16 DE JUNHO, APANHAMOS UM VOO MADRID-LISBOA, PELA VUELING. HORA PREVISTA DE CHEGADA A LISBOA: 19:30H!!!!

20-05
Contratamos um guia e um "arrieiro" (um homem que tem e conduz burros pela montanha), e vamos caminhar quatro dias pela Cordilheira Branca. Connosco vai um casal de holandeses e outro de eslovenos que conhecemos nas dunas de Huacachina, e um casal de franceses que conhecemos na ilha de Amantani, no lago Titicaca.


Ficamos logo maravilhados com a viagem de carro que fazemos até Vaqueria, o pequeno aglomerado de casas a partir do qual iniciamos a caminhada. As paisagens dos picos nevados são deveras impressionantes!




Neste primeiro dia caminhamos cinco horas por um vale verdejante, passando pequenas casas de pastores, cujos filhos pequenos nos dizem "hola" e nos pedem caramelos! Passamos o final de tarde a jogar às cartas no acampamento, jantamos antes que anoiteça, e recolhemos às tendas assim que o frio aperta. No dia seguinte acordamos bem cedo e tomamos um pequeno-almoço forte: espera-nos um dia duro, com 1000m de desnível de subida. Joep, o holandês, passou a noite mal da barriga e a vomitar, não se sente em condições de continuar e volta de mula até Vaqueria. Vamos então os seis rumo a uma extenuante subida de quatro horas que nos leva até ao passo Punta Union, a 4750m de altitude. Ficamos cerca de uma hora a usufruir de uma paisagem de 360º sobre os picos nevados, glaciares e lagoas desta cordilheira. A Cordilheira Branca é a cadeia montanhosa tropical mais alta do mundo, e a segunda mais alta depois dos Himalaias. Aqui encontra-se a montanha Huascarán, a mais alta do Peru e segunda mais alta do continente americano, com 6768 m.s.n.m., e a que já foi considerada a montanha mais bonita do mundo, o Alpamayo, com 5947 m.s.n.m..


Caminhamos a partir daqui através do vale de Santa Cruz durante mais dois dias, até chegar à aldeia Cashapampa, de onde voltamos a Huaraz.



24-05
Visitamos as ruínas do que foi um centro cerimonial da cultura Chavin. Esta cultura existiu entre os anos 1000 e 300 A.C., pré-datando os incas em dois milénios, e dominou a parte norte do que é hoje o Peru. À semelhança de outras culturas pré-colombinas, a Chavin idolatrava o Sol e a "Pachamama", a Mãe Natureza, fazendo o condor, o jaguar e a serpente, a ligação ao céu, terra e mortos, respectivamente.
No dia seguinte vamos conhecer a Puya Raimondii, a maior planta da família do ananás. Com uma base que chega aos 2 m de diâmetro e um caule que pode chegar aos 12m de altura, esta planta que demora cerca de 100 anos a atingir o seu tamanho máximo, floresce aproximadamente 20.000 flores de uma só vez. Vamos ainda a uma caverna de gelo, no pico Pastoruri.
26-05
Preparamos a nossa próxima caminhada de seis dias pela majestosa Cordilheira Huayhuash.

27-05
Começamos este Domingo bem cedo, às 04:30h. Pelas ruas de Huaraz, ainda há cenas de pancadaria entre jovens peruanos, típicas de um normal Sábado à noite. O nosso guia vem ter connosco, ainda bebido, e seguimos para uma viagem de autocarro de sete horas que nos leva até ao início da nossa caminhada pela Cordilheira Huayhuash. Pelo caminho continua-se a beber umas cervejitas! Em Llamac, conhecemos o nosso arrieiro, e seguimos para uma subida de duas horas que nos leva a um passo de 4300m de onde contemplamos vários picos nevados. Foi por isto que viemos cá! Descemos e continuamos três horas por um caminho relativamente plano até um pequeno aglomerado de três casas, onde chegamos debaixo de chuva e frio, já quase de noite. Somos acolhidos pelo calor da chama da lareira em casa de uma simpática senhora, enquanto esperamos que o guia e o arrieiro cheguem. O guia, estava com os copos, comeu uma pêra abacate e uma coca-cola e diz que ficou com diarreia e vómitos por causa disso: foi só o início! O arrieiro, não conseguia controlar os dois burros que tinha e estava continuamente a deixar cair a carga: foi só o início!



No dia seguinte, acordamos com a tenda cheia de gelo por fora. Vestimo-nos encolhidos, tomamos o pequeno-almoço, arrumamos tudo e seguimos para três horas de subida até ao passo Punta Rondoy, a 4750m de altitude. Mais 50 Mb de fotografias, a observar as constantes avalanches e ruídos ensurdecedores do gelo a quebrar, e descemos até Matacancha, onde acampamos. O dia seguinte tem dois passos importantes acima dos 4600m de altitude. São oito horas de dura caminhada que culminamos junto a uma fantástica lagoa guardada por imponentes picos nevados e glaciares. Aqui, o nosso arrieiro, que se chamava Ever, como ele gostava de repetir não fossemos nós esquecer, deixou um dos burros seguir pelo caminho errado e entrar dentro do rio. Ficámos com a tenda e os sacos-cama todos molhados, e tivemos de dormir com as mantas que cobrem os burros nas próximas noites, menos mal! O guia, está cada vez pior de saúde, e não consegue continuar. Vai voltar por um caminho alternativo que o leva até uma aldeia de onde consegue um transporte para voltar a Huaraz. Como alternativa, surgiu um arrieiro experiente, que faz a vez dos dois pategos com quem estivemos estes três dias, o Rubin. Seguimos com ele por mais três dias duros, mas que valem cada minuto pelas paisagens.
Ao longo do percurso há pequenas "portagens", exploradas pelas comunidades de agricultores e pastores da região, que supostamente cobrem dois aspectos: a conservação dos caminhos e zonas de acampamento, e a nossa segurança! Isto porque há três anos atrás houve uma vaga de assaltos a caminhantes, sendo que um deles terminou na morte de quatro turistas. Ao pagar, garantimos a nossa segurança. Não sei bem de quem somos protegidos, quiçá dos mesmos a quem pagamos! De qualquer forma, continua muito por fazer em relação à manutenção dos caminhos e locais de acampamento.
Esta foi provavelmente a caminhada mais dura que fizemos, mas também a que mais valeu o esforço. Esta cordilheira está entre as mais majestosas do mundo, e continua sendo pouco conhecida internacionalmente.
02-06

Chegamos a Trujillo, uma cidade costeira bem preservada a nível de arquitectura colonial. Além disso, está rodeada de sítios arqueológicos de enorme valor. Visitamos os templos do Sol e da Lua, da cultura Moche, que dominou a costa Norte do que hoje é Peru entre 200 A.C. e 850 D.C.. À tarde visitamos Chan Chan, a gigantesca cidade de adobe que albergou 35.000 habitantes da cultura Chimu, descendentes dos Moche, que prosperaram entre 850 D.C. e 1470 D.C., ano em que foram conquistados pelos Incas.