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MAPA MUNDO INTERACTIVO

27 agosto 2006

Amazonia descoberta, entrada na Venezuela

SEI QUE FALTAM FOTOS, MAS A NET AQUI É UMA LÁSTIMA, NA PROXIMA EDICAO SERAO RECOMPENSADOS!!

19-08

Alguns minutos antes de atracar somos contemplados com o famoso “Encontro das Águas”, a união entre os rios Negro e Solimões. A água escura do rio Negro encontra-se com a água “café com leite” do rio Solimões, fluindo lado a lado, perfeitamente separadas, durante algum tempo, proporcionando um efeito interessante. A união destes dois rios forma o famoso rio Amazonas.

À nossa espera no hotel Ideal já estava o Nuno. O Nuno está há cerca de 5 meses a trabalhar em S. Paulo, e aproveitou o fim-de-semana para se juntar a nós em Manaus. Foram 4h e meia de voo entre S. Paulo e Manaus, mas a ocasião é especial, é o seu aniversário, e ele escolheu partilhá-lo entre nós. Continua assim o clima de festa!! Durante o dia damos umas voltas na proximidade do hotel, visitamos o comércio, almocamos, descansamos, e vamos comemorar o aniversário do Nuno, um belo repasto finalizado com o tipico "parabéns a voce" e apagar de velas, acompanhado com palmas por todos os comensais presentes no restaurante. Depois bebemos um copo num bar para terminar a noite em beleza!

20-08

Domingo não é um bom dia para saborear uma cidade brasileira. As ruas estão desertas, o comércio fechado, não há mercado, os museus só reabrem na 3a feira, sobressai o que de pior existe numa metrópole: o crime, a pobreza, a inseguranca, a podridão. Quando se passeia pelas ruas da cidade a um Domingo, a sensacão experimentada estará algures entre a inseguranca, curiosidade, fascinio, indiferenca.
Manaus, nos seus tempos áureos, foi considerada a Paris dos trópicos. No inicio do sec. XX, com o declinio da industria da borracha no Brasil, comecou a perder todo o seu charme e extravagância. Hoje em dia, salvo a praça onde se insere o teatro Amazonas, o desastre arquitectónico é imenso, com outrora bonitos e imponentes edifícios "ensanduichados" entre torres dos anos 60 e 70 em elevado estado de degradacão.
À noite assistimos no teatro Amazonas à orquestra filarmónica de Munique. O bilhete de entrada foi 1 kg!! de arroz, feijão, farinha, o que for, qualquer que fosse o kg de um bem alimentar, a entrada estava garantida, desde que a indumentaria se adaptasse aos varios banners expostos nas proximidades do teatro.

21-08

A maior parte das pessoas que visitam Manaus tem um objectivo muito concreto: fazer um tour pela selva Amazonica. Nós também, influenciados pelas ambundantes agencias que organizam este tipo de actividades, boas e más, ponderámos visitar a selva. Após ter contactado várias agências e exprimido os preços a cada uma delas, apercebemo-nos que tudo o que nos ofereciam nós já tinhamos feito em Maguari e Jamaraquá, numa área amazonica muito mais virgem e longe do turismo de massas. Guardamos os 150 euros e decidimos rumar a Presidente Figueiredo, uma cidade a cerca de 100 km a norte de Manaus, ainda em plena Amazónia.


22-08

Chegamos a Presidente Figueiredo perto da hora de almoco, procuramos alojamento e instalamo-nos na Pousada das Pedras, gerida pelo Pimenta. É o melhor sitio onde já nos instalámos, exceptuando claro a semana de luxo em S. Luis, mas essa não conta para a estatística! Tem uma decoracão fenomenal com motivos da selva, quartos limpos, um óptimo ambiente, um pequeno almoco fantástico, que alimenta qualquer leão faminto, e para além disso tudo é baratissimo, R$12 /pax dia em quarto quintuplo.
Passeamos pela cidade, cujo nome foi criado em honra do antigo presidente de finais da década de 70, Oliveira Figueiredo. Jantamos pela Pousada e conhecemos a Margaret. A Margaret está na casa dos 50, tem um restaurante em Manaus e está a construir outro em Presidente Figueiredo! Fala que nao se cala, mas sempre com histórias mirambolantes que envolvem litros de cerveja, cachaça, licor, enfim, rimos a noite inteira!

Iniciamos o dia seguinte a trabalhar!! É verdade, a trabalhar! A Margaret fez questao que a aconselhassemos nalgumas questoes técnicas relativas à construçao do seu restaurante. E lá fomos. Ao inicio da tarde fizemos uma caminhada até uma das muitas cachoeiras à volta de Presidente Figueiredo, andámos cerca de 2 km pelo meio da selva e deparámo-nos com quatro macacos que saltavam efusivamente de ramo em ramo, como se nao houvesse amanhã!! A cachoeira nao era nada de especial, mas tinha uma bacia onde demos uns belos mergulhos.

24-08

Uma das histórias mais engraçadas da Margaret, reza mais ou menos assim: " Uma vez zanguei-me com o meu namorado e ele foi embora (...) fui atrás dele num barco, mas apanhámos uma tempestade e eu fiquei num tal estado de nervos, que tive de ir para o bar! Bebi até nao poder mais! Conheci 30 garimpeiros e divertimo-nos até altas horas, embora eu não me lembre de nada. Quando encontrei o meu namorado fizémos as pazes e ficou tudo tudo às mil maravilhas. No dia seguinte estávamos num bar e eis que aparecem os meus 30 amigos garimpeiros!! Claro que voltei para casa solteira outra vez!!"
Apanhamos o autocarro à 01:00h para Boa Vista.

25-08

Chegamos a Boa Vista às 11:50h. Apanhamos um autocarro que nos leva até à fronteira com a Venezuela e chegamos lá cerca das 15:30h. Carimbamos o passaporte com a saída do Brasil, faz hoje exactamente 1 mês que iniciámos a viagem, se fosse de propósito não conseguiamos! Andamos cerca de 1 km em terra de ninguém e chegamos à fronteira coma Venezuela. Mostramos o certificado internacional de vacinação da febre amarela e o passaporte. Carimbam-nos uma permissão de 60 dias de permanência no país, serve perfeitamente os nossos interesses! Chegámos à Venezuela!
A cidade mais próxima, Santa Elena de Uairén, fica a 15 km de distância, os taxis não abundam, e somos 5 pessoas, o que significa que temos de apanhar dois. Vimos uma carrinha de caixa aberta, pedimos boleia e aí vamos nós!! Quem nos deu boleia foi um brasileiro descendente de portugueses, o sr. João Figueiredo, que negoceia tratores agricolas na Venezuela. Bebemos uma cerveja com ele e acabamos por descobrir que o seu pai era primo do famoso presidente Figueiredo que deu nome à cidade onde estávamos!

O mundo é uma ervilhinha!!